Romantismo (literatura)
O Romantismo é um movimento surgido na Europa e, a partir dela, no Brasil, no fim do século XVIII.
Perdura até meados do século XIX. Opunha-se ao classicismo, ao racionalismo e Iluminismo. Influenciou a literatura, a pintura, a música, a arquitetura e a política.
Características
Oposição ao clássicoEstrutura de texto em prosa, longoDesenvolvimento de um núcleo centralNarrativa ampla refletindo uma sequência de tempoO indivíduo passa a ser o centro das atençõesInfluencia a pintura, a música e a arquiteturaSurgimento de um público consumidor (folhetim)Versos livresVersos brancosExaltação do nacionalismo, da natureza e da pátriaCriação de um herói nacionalSentimentalismoSupervalorização das emoções pessoaisSubjetivismoEgocentrismoSaudades da infânciaIdealização da sociedade, do amor e da mulherFuga da realidade
Contexto Histórico
Como escola literária, as bases do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio foram estabelecidas pelo romance Werther, de Goethe, publicado na Alemanha em 1774.
Na Inglaterra, o Romantismo se manifesta nos primeiros anos do século XIX, com destaque para a poesia ultra-romântica de Lord Byron e para o romance histórico Ivanhoé, de Walter Scott.
Também figuram entre as primeiras obras do início da revolução romântica na Europa os livros Manon Lescut, do árabe Prévost (1731), e a História de Tom Joses, de Henry Fielding (1749).
O romance, contudo, já era utilizado no Império Romano, cuja palavra romano era aplicada para designar as línguas usadas pelos povos sob o seu domínio. Tais idiomas eram, na verdade, uma forma popular do latim.
As composições de cunho popular e folclórico escritas em latim vulgar, em prosa ou em verso e que relatavam fantasias e aventuras também eram chamadas de romance.
E foi no século XVIII, que tomou o sentido atual, após passar pelas formas de "romance de cavalaria, romance sentimental, romance pastoral", na Europa. O romance pode ser considerado o sucessor da epopeia.
Oposição ao Clássico
No início, todos os movimentos em oposição ao clássico eram considerados românticos. Dessa maneira, os modelos da Antiguidade Clássica foram substituídos pelos da Idade Média, quando surge a burguesia.
A arte, que antes era de caráter nobre e erudita, passa a valorizar o folclórico e o nacional. A arte extrapola as barreiras impostas pela Corte e ganha o povo.
A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas, liberta-se das exigências dos nobres que pagavam sua produção e passa a ter um público anônimo. É o surgimento do público consumidor, impulsionado no Brasil pelo folhetim, uma literatura mais acessível.
Na prosa, o aspecto formal do Classicismo é deixado de lado. O mesmo ocorre com a poesia, com os verso livre, sem métrica e sem estrofação. A poesia também é caracterizada pelo verso branco, sem rima.
Diferenças entre o Classicismo e o Romantismo

Entenda mais sobre os dois movimentos literários nos artigos_
Nacionalismo
Os românticos pregam o nacionalismo, incentivam a exaltação da natureza pátria, o retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional.
Na literatura europeia, os heróis nacionais são belos e valentes cavaleiros medievais. Na brasileira são os índios, igualmente belos, valentes e civilizados.
A natureza também é exaltada no Romantismo. Está é vista como uma extensão da pátria ou refúgio à vida agitada dos centros urbanos do século XIX. A exaltação à natureza ganha contornos de prolongamento do escritor e de seu estado emocional.
Sentimentalismo Romântico
Entre as marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais, o subjetivismo e egocentrismo. É dessa maneira que os poetas se colocavam como o centro do universo.
Dentro de um universo particular, o poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio. São características do movimento romântico as rugas da realidade por meio do abuso de álcool e ópio, a idealização da mulher, da sociedade e do amor, bem como a saudade da infância e a busca constante por casas de prostituição.
Romantismo em Portugal
O Romantismo em Portugal tem como marco inicial a publicação, em 1825, do poema "Camões", escrito por Almeida Garrett. A obra foi escrita durante seu exílio de Garrett em Paris.
Os primeiros anos do Romantismo português coincidem com as lutas civis entre liberais e conservadores. A renúncia de Dom Pedro ao trono brasileiro e sua luta pelo trono de Portugal ao lado dos liberais veio intensificar essas lutas.
Romantismo no Brasil
No Brasil, duas publicações são consideradas o marco inicial do Romantismo. As duas obras foram lançadas em Paris, por Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836: a revista Niterói e o livro de poesias "Suspiros poéticos e saudades".

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